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Gravidez psicológica

A gravidez psicológica pode surgir quando uma mulher, depois de várias tentativas fracassadas, não consegue ser mãe. O desejo leva a que a passe os dias interiorizando as experiências de amigas e conhecidas que tiveram bebés há pouco tempo ou que estão grávidas.
Esta mulher, desesperada e transtornada, tenta conhecer até ao mais ínfimo pormenor as sensações alheias. Vivencia todas essas experiências e somatiza-as. O seu dia-a-dia transforma-se e o seu comportamento psicológico fica alterado. Lê tudo o que encontra sobre a concepção, a gravidez e o parto. Compra livros, revistas, vê todos os filmes sobre o tema....
As características principais destes transtornos de somatização, fazem com que se criem sintomas mentais associados a orgânicos, tomando estes uma expressão real. Sintomas de origem somática que se vão desenvolvendo lentamente e que durante meses podem levá-la a acreditar numa gravidez.

A Pseudociese
A gravidez assim somatizada - falsa gravidez - vai decorrendo para ela, aparentemente, como uma gestação normal. A sua forma de agir é como se estivesse grávida e à espera de um filho.Fala das suas náuseas matinais e de como a afectam diariamente e, na realidade, ela sente-as como qualquer outra mulher verdadeiramente grávida; comenta o seu aumento de peso, pois geralmente engorda; da sua fadiga…
Veste-se como uma futura mãe, compra o enxoval do seu bebé e com uma ternura doentia começa logo nos “primeiros meses” a montar o quartinho para o bebé imaginário.Ilude a família, os amigos e auto convence-se de que os médicos que não detectaram a sua gravidez, são verdadeiros inimigos.
As suas alterações de humor, associadas a uma ansiedade generalizada provocada pela própria doença podem fazer supor as alterações de humor provocadas pelas alterações hormonais durante a gravidez. O desenvolvimento de uma falsa gravidez (pseudociese) inclui transtornos e sinais objectivos de uma gravidez real. Uma mulher psicologicamente transtornada pode sentir amenorreia ou diminuição do fluxo menstrual. náuseas, aumento abdominal... Estas mulheres, vítimas desta somatização, abandonam geralmente as suas consultas de rotina após a consulta a vários médicos e após a realização de vários exames de diagnóstico que sucessivamente não detectam a gravidez.

Parar a tempo
A gravidez psicológica, se não detectada precocemente, pode levar a mulher a manter a sua pseudo gravidez até ao momento do parto. Existem casos - embora raros - em que na data que a mulher concebeu como terminus da gravidez, sente as dores e se prepara para o parto.
Para esta “gravidez psicológica” o acompanhamento de um psicólogo clínico é imprescindível pois, será unicamente ele que norteará os aspectos de somatização, possibilitando assim a reorganização das estruturas psíquicas e ajudando na reestruturação das suas alterações físicas.
Esta situação pode tornar-se ainda mais grave, do ponto de vista da psicopatologia, podendo levar por exemplo ao rapto de um bebé recém-nascido, afirmando sempre que é o seu bebé, originando problemas jurídicos de difícil resolução.

Apoio e carinho
A gravidez psicológica pode afectar qualquer mulher. Todavia a maioria dos casos conhecidos foi detectado em mulheres em final do período fértil, após várias tentativas para terem um filho. Outras, não só pelo desejo e ansiedade de serem mães como pela pressão familiar que sentiram ao longo dos anos. Estas mulheres necessitam de todo o carinho e apoio familiar. Para além disso, a família, em especial o companheiro, deve estar atento, acompanhar a mulher ao médico e a todas as consultas para que a mulher não mantenha imaginariamente uma gravidez após um resultado e avaliação negativa da gestação. Se não vigiada esta mulher manterá a sua imaginária gravidez com todos os danos psicológicos que esta pode acarretar.
Há que demonstrar à mulher que há sempre uma última solução para ter um filho. A adoção está no fim da linha mas pode ser a solução para os casais em que os tratamentos de infertilidade não são solução. Para além disso, um casal para ser feliz não necessita de ter descendência e o companheiro terá de ser o primeiro a demonstrá-lo com muita compreensão e amor.

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